"Quando soube que tinha HIV, senti que estava condenado"
Passaram 11 anos desde que aquilo que parecia ser uma forte gripe se veio a revelar um diagnóstico de infeção por HIV. Emanuel não esquece os vários dias no hospital, com febre, diarreia e vótimos, nem as palavras da médica que lhe veio dar a notícia. Foi depois ele, ainda internado, que contou à mãe: "Ela entra no quarto, eu começo logo a chorar, ela perguntou-me o que é que se passava e eu disse-lhe: 'Tenho SIDA'".
Seguiram-se meses de um período difícil a nível psicológico. Afinal, o diagnóstico surgiu apenas um ano depois de o jovem ter assumido à família que era homossexual – um período marcado pela rejeição do pai e pela separação dos pais. Com 18 anos, Emanuel não conseguia ver um futuro: "Foi um sentir que estava condenado a algo, e que ainda não sabia o que era. Pensava que nunca mais ninguém ia gostar de mim por ter HIV. Era um sentimento de solidão", conta em entrevista ao Gender Calling.
Graças à medicação, o vírus no corpo do jovem madeirense está agora intransmissível. Mas o caminho do preconceito continua.