"O meu maior medo é perder oportunidades por ser quem sou"

"O meu maior medo é perder oportunidades por ser quem sou"
Diogo Vieira da Silva é natural do Porto. O ativista LGBTI responde ao "De interesse público"

Diogo ainda era muito jovem quando começou a envolver-se na defesa dos direitos das pessoas LGBTI+. Ajudou a fundar duas ONG's na área, assumiu a coordenação europeia do projeto norte-americano It Gets Better e é co-fundador da VARIAÇÕES – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal. São causas profissionais que começaram por ser preocupações pessoais, na primeira pessoa. Diogo Vieira da Silva response às questões do questionário "De interesse público".


Eu não seria eu sem...
Um dia ter decidido que nunca mais iria deixar os outros dizer o que posso ou não ser.

As qualidades essenciais para o meu sucesso são…
Encontrar as pessoas certas para desenvolver os projetos em que acredito.

O livro feminista que toda a gente devia ler é…
Tudo o que Não Vemos, de Ziya Tong.

Eu agradeço por ser homem quando…
Compreendo que a minha aparente masculinidade me faz ter oportunidades (mix de feelings).

As características que mais aprecio nas mulheres são…
As múltiplas expressões que podem ter.

A minha primeira memória é…
Correr pela casa fora (nu) em casa dos meus avós.

Um talento meu secreto é...
Dar bons abraços.

O maior obstáculo que já ultrapassei foi…
O processo de cura de relações tóxicas (uma pessoal e outra profissional).

O meu maior medo é…
Perder oportunidades por ser quem sou.

A figura histórica com que mais me identifico é…
António Variações... um eterno sonhador, muito à frente do seu tempo e demasiado grande para Portugal.

O ponto-chave que me fez despertar para a desigualdade de género foi…
Compreender que o meu papel social me restringia. Apesar de, por um lado, me dar vantagens a nível de oportunidades, por outro cortava uma enorme parte da minha personalidade pelo facto de ser gay.

O que mais gosto no meu trabalho é…
Conhecer pessoas novas.

Um local feminista que recomendo é…
Os eventos pride e as marchas LGBTI+.

A palavra que mais digo é…
Orgulho.

Uma coisa que toda a gente pode fazer para contribuir para a valorização das mulheres é…
Fazer uma avaliação do seu privilégio (nomeadamente os homens) e usá-lo em prol de dar voz a quem habitualmente não tem... Ou é interrompida simplesmente porque é mulher.

Eu sinto-me no meu melhor quando…
Estou numa conferência ou num projeto com outras pessoas ativistas pelos direitos humanos.

Uma lição que aprendi e que levo para sempre é…
Falarmos apenas com quem concorda connosco não faz mudar o mundo.