Nuna: “Se dentro da luta antirracista não há desconforto, então não estão a fazer luta nenhuma”
Iniciou o seu percurso no ativismo digital no ano de 2009 e hoje conta com mais de 18 mil seguidores no seu perfil de Instagram ( @itsnunaa ), onde partilha conteúdo informativo sobre o racismo. Atriz, encenadora, autora e ativista, Nuna é uma mulher de 27 anos que acredita na sua causa e tem esperança no futuro.
Em entrevista ao Podcast Gender Calling, a ativista destaca a urgência na procura de informação acerca do racismo e ressalta que as grandes transformações começam nas pequenas coisas, mesmo que isso possa causar desconforto tanto no indivíduo como no coletivo. Nuna alerta-nos para o facto de esta ser uma luta de todas as pessoas (pertencentes ou não a um povo racializado) e acrescenta também que, dentro da comunidade negra, deve existir liberdade para que cada indivíduo possa posicionar-se da forma que lhe faça mais sentido, sem nunca limitar o todo: “Há uma grande diferença entre poderes ser único, explorar (o teu posicionamento na luta antirracista) ou limitar a comunidade negra”, diz.
A entrevistada aborda, ainda, a sua perspetiva relativamente ao “racismo inverso” e destaca a necessidade de se conhecer a diferença entre o conceito de “racismo” e de “discriminação racial”: “O racismo inverso não existe, obviamente. Há uma grande diferença entre o que é o racismo – um sistema quadridimensional com mais ou menos 600 anos de criação, para utilizar as pessoas negras para o tráfico transatlântico e para uma supremacia branca – e o que é a discriminação racial (que é a discriminação de pessoa para pessoa por diferença racial)”, refere.
Numa altura em que cada vez mais se fala na importância da luta antirracista, Nuna traz-nos a sua visão acerca do tema e das suas experiências pessoais, numa conversa que possibilita um momento de reflexão e aprendizagem.
Entrevista disponível no Podcast Gender Calling (em todas as plataformas).