Daniela Braga: "Aprendi que eu é que tinha de desenhar o meu caminho"
De um passado no curso de Línguas e Literatura para ser "a mulher que levantou mais capital de risco no mundo em inteligência artificial (IA)", como a própria refere, a portuense Daniela Braga é a prova viva de que cada pessoa tem a capacidade de criar o guião da sua vida. Com um forte espírito de trabalho, mas insatisfeita com a forma como as instituições percecionavam as oportunidades, Daniela decidiu quebrar o status quo: "A questão não é 'os outros'. Eu é que tenho de desenhar o meu caminho. E se eu não consigo mudar o mundo, vou mudar o meu mundo", explicou.
Partiu para os EUA com a filha, que na altura tinha dois anos; fundou depois a DefinedCrowd, uma empresa de inteligência artificial na área do reconhecimento de voz, texto e imagem, que foi considerada uma das 100 empresas mais promissoras na área da IA do mundo. Neste episódio do Podcast Gender Calling, a empreendedora defende que ainda falta uma cultura em Portugal e na Europa de ver os riscos como "oportunidades", para que seja bem visto "falhar, falhar, falhar, até acertar".
"A maior parte das pessoas vive no futuro. Eu vivo no presente", responde Daniela, quando confrontada sobre qual é o segredo para a adaptação à mudança, acrescentando a capacidade de lidar com a imprevisibilidade, seja a nível profissional ou pessoal. Ainda assim, em momentos de incerteza, salienta a importância de ouvir a voz interior e de descansar: “Quando tu procuras, o universo dá-te”, remata.
Com um percurso entre a academia e a indústria, foi convidada pela administração de Joe Biden para ser membro da task force NAIRR, de inteligência artificial. Daniela acredita que o seu percurso académico na área da linguística a distingue, defendendo que a língua ajuda a aumentar a consciência interpessoal e a navegar no desenvolvimento das soft skills: liderança, capacidade de negociação e poder de argumentação.
Entrevista disponível no Podcast Gender Calling (em todas as plataformas).